terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Novo material para Professores de Arte
A intenção da CENPEC (Equipe Currículo e Escola) foi elaborar um material que considere a Arte uma área de conhecimento e que contemple as quatro linguagens propostas para o Ensino Fundamental - artes visuais, dança, música e teatro -, traduzindo alguns de seus principais conceitos, noções e habilidades em situações de ensino e aprendizagem na sala de aula. O material inicia-se com a concepção da área de Arte, e a seguir apresenta cinco projetos propostos para os quatro anos finais do Ensino Fundamental. O primeiro - RevelAções - se propõe a ser uma incursão pelas diferentes linguagens da Arte e, ao mesmo tempo, contribui para a elaboração de um diagnóstico do universo simbólico de seus alunos. Os outros previligiam situações de ensino e aprendizagem nas diferentes linguagens - Cores e Formas (artes visuais), Experiência com a Criação Musical (música), Diálogos do Corpo (dança) e Metamorfoses (teatro). Os projetos podem ser desenvolvidos na sequência que melhor atenda as necessidades de cada professor e sua classe. Esta proposta reconhece a função social da escola como espaço onde se adquirem valores e conhecimentos básicos para a vida na sociedade e, nela, o conhecimento artístico como fundamental, pois, desenvolvendo a sensibilidade, a critica e o poder de criação, os alunos certamente ampliarão a sua leitura de mundo, na perspectiva de transformá-lo e recriá-lo.
Construindo a base de conhecimentos para a docência no ensino fundamental: uma proposta de formação continuada a distância de professores de música
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO
PORTAL DOS PROFESSORES
Convidamos a todos os professores de música do Ensino Fundamental e Médio a se inscreverem no curso de formação continuada a distância:
Construindo a base de conhecimentos para a docência no ensino fundamental: uma proposta de formação continuada a distância de professores de música
Período de inscrição: 01/02/2011 a 28/02/2011
Local de inscrição: http://www.portaldosprofessores.ufscar.br
Carga horária do curso: 120 horas
Período de realização: de abril a dezembro de 2011
Custo: O curso será gratuito a todos os professores cujas inscrições forem aceitas
Assista o Tutorial de Inscrição, visitando o seguinte link na Internet: http://audiovisual.uab.ufscar.br//tutoriais_ead/inscricao_curso_final/inscricao_curso_final.html
Coordenação: Profa. Ms. Daniela Dotto Machado e Profa. Dra.Aline Maria de Medeiros R. Reali
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Arte cinética - Movimento rompe com a condição estática da arte
Segundo o dicionário, cinética é o ramo da física que trata da ação das forças na mudança de movimento dos corpos. A palavra tem origem no grego kinétós, que significa móvel ou o que pode ser movido.
Foi pensando nisso e numa antiga preocupação nas artes visuais, a realização do movimento (veja no texto Barroco - Igreja impulsiona arte sacra a escultura David, de Bernini), que artistas da década de 1950 levaram às últimas conseqüências essa discussão, exatamente quando aconteceu a exposição Le mouvement (O movimento), no ano de 1955, em Paris, com obras de artistas de diferentes gerações: Marcel Duchamp (1887-1968), Alexander Calder (1898-1976), Vasarely (1908), Jesus Raphael Soto (1923) Yaacov Agam (1928), Jean Tinguely (1925), Pol Bury (1922), entre outros.
A arte cinética busca romper com a condição estática da pintura e da escultura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas está em movimento.
Alexander Calder, The Star, 1960.
O artista Alexander Calder, por exemplo, é muito conhecido por seus famosos móbiles, como o da imagem acima. Construídos com peças de metal pintadas e suspensas por fios de arame, os móbiles movem-se por mais suave que seja a corrente de ar - e o movimento independe da posição e do olhar do observador, produzindo efeitos mutáveis em função da luz. Ao observador cabe contemplar o movimento inscrito nas obras, "desenhos quadridimensionais", como disse Calder.
Arte cinética brasileira
No Brasil, podemos citar, dentre outros artistas, as obras de Abraham Palatnik. Considerado um dos pioneiros da arte cinética, nasceu em 1928, em Natal (RN).
Pintor e desenhista, Palatnik mudou-se com a família, em 1932, para Israel, onde estudou, entre 1942 e 1945, na Escola Técnica Montefiori, em Tel-Aviv, especializando-se em motores de explosão. Também estudou arte nos ateliês de Haaron Avni e de Sternshus, e no Instituto Municipal de Arte de Tel-Aviv. Retornou ao Brasil em 1948, instalando-se no Rio de Janeiro, onde conviveu com os artistas Ivan Serpa e Renina Katz, e com o crítico de arte Mário Pedrosa.
O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fizeram Palatnik romper com os critérios convencionais de composição. Ele abandonou, então, o pincel e a arte figurativa, iniciando relações mais livres entre cor e forma.
Por volta de 1949, iniciou estudos no campo da luz e do movimento, que resultaram no Aparelho cinecromático, exposto em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, pelo qual recebeu menção honrosa do júri internacional.
A partir de 1964, Palatnik desenvolveu os Objetos cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço.
Abraham Palatnik, Comunicação cinética, 1967.
Arte Contemporânea - como entender o seu sentido?
Se levarmos em conta a origem da palavra arte ("ars" significa técnica ou habilidade), é curioso notar que há uma contradição: muitos artistas não expressam suas idéias através de uma habilidade técnica. Apesar de, muitas vezes, possuírem tais habilidades, estão preocupados em discutir outras questões, provocar outras reflexões.
"Roda de bicicleta", Marcel Duchamp (1913): não é possível usar o banco ou a roda que compõem essa obra de ate.
Em 1913, momento das vanguardas européias, Marcel Duchamp propôs obras chamadas "ready-made", feitas a partir de objetos do dia-a-dia. O que ele fazia era apresentar esses objetos de forma descontextualizada e sem a possibilidade de serem utilizados. Por exemplo: um mictório no meio de uma sala, sem encanamento.
Com essa "provocação", Duchamp chamou a atenção para a arte produzida naquele momento. Ela não seria mais uma representação do real, como um retrato. Ela seria a própria realidade.
Quem decide o que é obra de arte
O objeto de arte não representa algo, mas ele é algo. Mesmo se o artista não tiver fabricado os elementos que compõem sua obra. Duchamp também questionava o conceito de arte como associado a um ideal de belo e à crítica de arte.
O objetivo da obra de arte, assim, era também promover o debate sobre a definição e a finalidade da arte.
Se não existe uma definição do conceito arte, quem afinal decide o que é obra de arte ou não?
Muitos são os fatores para classificar uma produção como obra de arte: o contexto histórico, o mercado de arte, a aceitação entre os artistas e, principalmente, a crítica.
Crítica de arte
A arte, como resultado de análise e avaliação, pode adquirir novas dimensões e formas de expressão por meio da crítica. Ela colabora para que a sociedade se mantenha atenta aos valores da arte no passado e no presente.
A crítica leva em conta o fato de que a arte é um produto da humanidade que expressa suas experiências e emoções através da linguagem.
A evolução dos conceitos artísticos, a transformação dos valores, são aplicáveis às diferentes formas: a literatura, o teatro, a dança, o cinema, a fotografia, a música e tantas outras que surgem, como a web arte.