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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cenário e Roteiro


Cenário e roteiro

Bloco de Conteúdo
Arte

Conteúdo
Objetivos
Aproximar as crianças do teatro por meio da criação de cenários. Mostrar que no teatro os objetos podem ter diversas funções. Possibilitar a improvisação de uma história com base num cenário. Fazer o aluno compartilhar suas criações com os outros. Conteúdos Expressão corporal e oral. Apreciação teatral.

Anos
1º e 2º.

Tempo estimado
Oito aulas.

Material necessário
Jornais, revistas, muitos tipos de papel, barbante, pequenos móveis, espelhos, tecidos coloridos, lençóis, cobertores, guarda-chuvas etc.

Desenvolvimento

1ª ETAPA
Apresente à turma diferentes materiais para a construção de cenários. Explique que eles podem transformá-los livremente, inventando novas funções para cada um. Uma mesa com um pano por cima, por exemplo, pode virar uma caverna. A idéia é fazê-los visualizar as possibilidades que os objetos adquirem em cena.
2ª ETAPA
O momento, agora, é de direcionar um pouco mais a criação. Divida a turma em grupos. Peça que cada um deles monte, com os materiais disponíveis, uma casa, um rio, um barco, uma floresta e um túnel. Ao final, proponha que os alunos registrem com desenhos os ambientes criados.

3ª ETAPA
Peça que cada grupo escolha os objetos cênicos que gostaria de manter. Baseando-se neles, oriente a classe a criar personagens que possam surgir desse espaço: animais, humanos ou seres fantásticos. Debata as sugestões com o grupo com o objetivo de imaginar de que forma os personagens interagem com o cenário. Ao fim da atividade, proponha um registro por escrito das características dos personagens.

4ª ETAPA
Use o registro dos personagens como ponto de partida para a turma construir um roteiro simples. Em cada grupo, conduza a criação de uma história com acontecimentos criados pelas crianças, solicitando que a anotem por escrito. Sempre que possível, chame a atenção para a possibilidade de inserir os elementos do espaço cênico.
Avaliação
Apoiado nos registros dos alunos e na participação de cada um nas atividades, verifique como cada grupo resolveu os desafios propostos. Além de atentar para a compreensão dos elementos teatrais (cenário, personagens, roteiro etc.), avalie se durante todas as etapas do processo de criação houve respeito às sugestões e às críticas dos colegas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ateliê na sala de aula


Ateliê na sala de aula

Bloco de Conteúdo

Arte


Conteúdo



Objetivo

Criar um ambiente adequado para o trabalho de arte visual. Anos 1º ao 3º.


Tempo estimado

O ano todo.


Material necessário

Tintas, papéis, pincéis, sucatas, um carrinho e caixas


Desenvolvimento

1ª etapa

Comece pensando nas possibilidades de reorganização do espaço para a aula de Arte, considerando o uso de carteiras e paredes. Explore também outras áreas, lembrando que é possível desenhar na areia, pintar sobre ladrilhos, riscar o cimento com giz e compor desenhos no chão com as folhas caídas de uma árvore.


2ª etapa

Utilize um carrinho para transportar tudo de uma sala para outra. Pode ser um carrinho de supermercado adaptado ou, ainda, uma caixa com rodinhas.


3ª etapa

Para evitar que a aula deixe "rastros", tenha à mão panos e jornais. Combine, ainda, que todos usem uma camiseta velha ou um avental na aula.


4ª etapa

Ajude os alunos a se familiarizar com o ateliê, ordenando os materiais por tipo (lápis e canetinhas de um lado, papéis de outro). Para incentivá-los a compartilhar, forneça copos descartáveis para dividir a tinta.


5ª etapa

Providencie um espaço para a apreciação montando uma grande bancada com mesas ou um varal para expor trabalhos.


6ª etapa

Pergunte o que é preciso fazer para que tudo fique arrumado e limpo no fim: lavar pincéis, jogar jornais sujos fora, guardar a tinta que sobrou, reorganizar carteiras, pendurar trabalhos prontos etc. Organize grupos e responsabilize cada um pela realização de uma dessas tarefas.


Avaliação

Avalie como os alunos lidam com a nova organização da sala e os materiais, verificando se devolvem tudo ao lugar e limpam os instrumentos adequadamente. Se nem todos tiverem finalizado suas produções, guarde-as para que possam continuá-las na próxima aula de ateliê.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Construção do Imaginário



Construção do imaginário

Objetivo
Perceber a arte como forma de expressão de valores.

Comentário
As imagens também constroem a história de um povo e carregam consigo valores de uma época e/ou de um grupo social.

Material
O texto Debret e a construção do imaginário histórico brasileiro, artigos de jornais ou um conto ou crônica literária.

Estratégias
1) Leitura e interpretação do texto.

2) Leitura das imagens que estão nos textos e de outras que o professor tenha.

3) Leitura de um texto que o professor escolher: crônica ou conto. É importante que seja o mesmo conto para todos os alunos.

Atividades

1) Individualmente, os alunos devem produzir uma imagem (desenho, fotografia, escultura ou instalação) que sintetize sua interpretação do texto lido para a turma.

2) Comparar essas interpretações e discutir com a sala os aspectos comuns entre as produções dos alunos, bem como os elementos que chamaram, mais ou menos, a atenção.

SugestõesExperimente fazer o inverso também. A partir de uma imagem não muito conhecida, pode ser do próprio Debret, fazer com que os alunos escrevam a história que se passa na cena ou a história da pessoa (caso seja um retrato), sem que o professor dê qualquer informação. Ao comparar os textos, os alunos perceberão como, em suas interpretações, estão arraigados valores pessoais e coletivos.
Debret e a construção do imaginário histórico brasileiro


Com a vinda da família real, em 1808, o Brasil passou de colônia a Reino Unido de Portugal. Depois, com a independência, em 1822, tornou-se, pelo período de 67 anos (até a proclamação da República, em 1889), um império independente.Durante trezentos anos, nosso país foi essencialmente agrário e explorador de ouro, atividade que já começava a declinar no início do século 19. Um princípio de modernização, contudo, teve início com a chegada da corte portuguesa. A capital, Rio de Janeiro, passou a ser transformada segundo padrões parisienses. Seguindo esse objetivo, dom João 6º convidou vários artistas, a conhecida Missão Artística Francesa, para que se estabelecessem no Brasil, com o objetivo de impulsionar o ensino da arte e a produção artística do nosso país, numa época ainda marcada pelo barroco. Esses artistas tinham como modelo o neoclassicismo. Dentre esses artistas, destacamos neste texto Jean Baptiste Debret, figura fundamental, responsável por registrar parcela significativa das mudanças sociais daquela época, retratando os membros da monarquia, o povo, os costumes e vário aspectos da cultura. Os artistas da Missão Artística Francesa ajudaram a construir todo um imaginário sobre aquela época. Mas o que isso quer dizer?

O que é imaginário?

Quando falamos de "imaginário", estamos nos referindo à reunião de elementos característicos da vida, da cultura de um grupo de pessoas, de um povo ou de uma nação. Por exemplo, pense nas gírias que você fala: de onde elas surgiram? Pense nas músicas que você ouve e nos filmes que você vê, ou, ainda, como era a roupa do Super-Homem nos quadrinhos da década de 1950 e como ela é hoje. Existe uma cultura típica do nosso tempo, da mesma forma que nos comportamos de uma maneira completamente diferente da de nossos avós, por exemplo.Ninguém, atualmente, diz que uma pessoa bonita é um "broto", gíria típica dos nossos avós, e a roupa do Super-Homem é completamente diferente daquela usada pelo personagem de histórias em quadrinhos quando as primeiras revistas começaram a aparecer. Da mesma forma, uma mulher usar calças na corte de dom João 6º seria um comportamento imoral, inaceitável.Ou seja, há costumes próprios de cada tempo, de cada época. E os artistas de um determinado período da história contribuem para o imaginário que construímos sobre essa época. Assim, as leituras e as interpretações que fazemos das imagens, das pinturas e das esculturas do passado estão marcadas pelas escolhas e pelos estilos desses artistas, mas também pelos nossos valores, pelas nossas crenças atuais, que formamos ao longo da nossa vida.

Jean Baptiste Debret

Debret documentou os acontecimentos da história brasileira no início do século 19. Ele e os membros da corte tinham consciência da importância da circulação de gravuras tratando de diferentes aspectos da vida no Brasil. Ou seja, eles se preocupavam com a divulgação da imagem do Brasil no exterior, principalmente pelo fato de o Brasil não ser mais apenas uma colônia, mas Reino Unido de Portugal. Debret seria importante mesmo depois da Independência. Ele soube se transformar no pintor comemorativo oficial do império. Observe, por exemplo, no texto
Influências na arte brasileira no século 19, o detalhe da obra "Coroação de D. Pedro 1º". Desde a morte de dom Sebastião, em 1578, nenhum rei português era retratado com a coroa colocada na cabeça, mas segurando-a ao lado do tronco, como se apenas o próprio dom Sebastião a merecesse, quando retornasse (dom Sebastião morreu na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, mas seu corpo jamais foi encontrado, o que deu início a um movimento chamado "sebastianismo", cujos seguidores acreditavam na volta messiânica de dom Sebastião).Na pintura de que falamos acima, contudo, dom Pedro usa a coroa. Como você acha que isso foi percebido na época? Com certeza, serviu para enaltecer a figura do novo imperador e colaborou para a criação da imagem de dom Pedro como um herói.Mas Debret não gravou apenas momentos que ele considerava importantes para a história ou cenas da vida da família real. Ele também documentou o cotidiano de pessoas comuns, sempre com um olhar neoclássico e, segundo alguns autores, já adotando a estética do romantismo.Para entendermos a influência de Debret sobre o nosso imaginário, vamos observar e comparar a imagem do índio e a do negro do inicio do texto.
Como o índio está representado? E os negros?
A representação do índio é totalmente idealizada. Para Debret e outros pintores neoclássicos, os índios são sempre fortes, com traços bem definidos, e estão sempre em cenas heróicas. Quanto aos escravos, ainda que sendo punidos, as cores da pintura minimizam o drama do castigo, e a senzala, local onde provavelmente estão, encontra-se inclusive limpa, iluminada.Será que vem daí o fato de esquecermos, muitas vezes, que houve escravidão indígena no Brasil? Ou, ainda, viriam dessas imagens a idéia de que os índios eram fortes e não se deixavam escravizar? Embora a escravidão africana tenha sido muito maior, em termos de número de escravos, os índios também foram escravizados, principalmente no período do bandeirismo. Com relação aos negros, dificilmente vemos a representação de negros revoltosos e descontentes com sua situação de cativos. Normalmente, eles estão trabalhando - e, quando castigados, têm um olhar resignado. Será que vem daí a idéia de uma "democracia racial" no Brasil?Diversos fatores contribuem para a construção do imaginário sobre determinada época, mas, certamente, a comunicação visual - por meio de pinturas e gravuras, ou da fotografia, da tevê e do cinema - tem uma força muito grande.







segunda-feira, 11 de maio de 2009

Curso de Especialização em Arte- Educação




LINGUAGENS DA ARTE


Curso de especialização em arte-educação


coordenação: Marcos Garcia Neiravice-coordenação: Sônia Maria Vanzela Castellar

objetivos

A proposta do curso é formar educadores nas linguagens diversas da arte: Arte Visuais, Dança, Música e Teatro, visando a atualização nos paradigmas contemporâneos da arte e da educação, para orientar suas práticas e reflexões, tanto nos espaços de educação escolar, como nos de instituições culturais e ONGs que trabalham nessa perspectiva.

Atualmente, Arte é disciplina obrigatória na escola e, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, é desejável que se forme o aluno, ao longo de sua escolaridade, nesses quatro domínios (Artes Visuais, Dança, Música e Teatro).

Assim, o curso tem como orientação geral a abordagem da arte como objeto social e histórico, o domínio de orientações didáticas da área e conhecimento sobre as relações entre aprendizagem e desenvolvimento nas linguagens artísticas, saberes indispensáveis ao educador para sua atuação profissional em Arte.


docentes

USPÂngela Maria Rocha (FAU·USP) História da Arte A experiência do artistaCláudio Mubarac (ECA·USP) Uma visão do desenhoIngrid Dormien Koudela (ECA·USP) TeatroLuciano Migliaccio (FAU·USP) As linguagens das artes figurativasMarcos Garcia Neira (FE·USP) O corpo do corpo docentePedro Paulo Salles (ECA·USP) Música e sentido: as bases vivas da educação musicalRosa Iavelberg (FE·USP) Fundamentos do ensino da arte Coordenação da orientação da monografiaSonia Maria Vanzela Castellar (FE·USP) Ação Interdisciplinar no espaço público
especialistas externosDenise Grinspum Apreciação de obras de arte: referências para mediações educativasDirce Helena Carvalho Práticas teatrais no ensino de arte-educaçãoElisabeth Bueno de Camargo Educação musical significativa: o aprendizado pela manipulação e utilização da linguagem musical na simulação de um contexto realInês Bogea DançaJoão Bandeira Poesia e VisualidadeLaura Vinci Seis encontros com arte contemporâneaMaria de Fátima Junqueira Pereira Artes visuaisUxa Xavier Criação em dança contemporânea


início1 de agosto de 2009 [360 horas-aula + 40 horas de atividades programadas, total de 400 horas-aula]

término: 11 de dezembro de 2010
horário sábados 9h às 17h
local Centro Universitário Maria Antonia · USPRua Maria Antonia, 294Vila Buarque, São Paulo, SP, 01222-010
informações11 3255-7182 – ramal 46 – educama@usp.br
público alvoprofessores da rede pública ou privada e educadores de museus, instituições culturais e ONGs


pré-requisitos- possuir graduação completa em qualquer área- aprovação na prova de seleção que será aplicada a todos os inscritos


inscrições

4 de maio a 25 de junho de 2009no local – 3° andar – setor educativosegunda a sexta das 10h às 18h


procedimentos para inscrição

os interessados deverão encaminhar até dia 25 de junho:- ficha de inscrição preenchida;-->- curriculum vitæ resumido;- comprovante de depósito (no valor de R$ 40,00 referente à prova de seleção) devidamente identificado com o nome do depositante.


prova de seleção

28 de junho de 2009 (domingo), das 10h30 às 13h30no localObs: no dia da prova o candidato deverá apresentar documento de identidade e a inscrição deverá ter sido efetivada.
depósito bancário para prova de seleçãoAssociação de Amigos do Centro Universitário Maria Antoniadepósito identificado no valor de R$40,00

SantanderAgência: 0658

Conta Corrente: 13.006648-3CNPJ: 04.210.836/0001-71
valor integral- 15 parcelas de R$ 440,00 (R$ 6.600,00)descontos- 20% para professores 15 parcelas de R$ 352,00 (R$ 5.280,00)- 40% para aposentados e pessoas da 3ª idade 15 parcelas de R$ 264,00 (R$ 3.960,00)

bolsasatribuídas por ordem de classificação na prova de seleção:- uma para discente USP com graduação completa;- uma para docente USP; - uma para funcionário USP; - uma para 3ª idade ou aposentado;- duas para a comunidade.
referências bibliográficas para prova de seleção

ARSLAN, Luciana Mourão e IAVELBERG, Rosa. Ensino de Arte. São Paulo : Thomson Learning, 2006.

BARBOSA, Ana Mae. Arte Educação Contemporânea – consonâncias internacionais. São Paulo : Cortez, 2006.

Parâmetros curriculares nacionais: arte (1º e 2º ciclos) / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.Parâmetros curriculares nacionais: arte (3º e 4º ciclos) / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.

FERRAZ, Maria Heloísa C. T.; FUSARI, Maria F. R. Arte na educação escolar. São Paulo : Cortez, 1992.

HERNÁNDEZ, F. e VENTURA, M. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho - O Conhecimento é um Caleidoscópio. Porto Alegre : ARTMED, 1998.

IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores. Porto Alegre : ARTMED, 2003.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Avaliar em Arte


O que avaliar em Arte? Como avaliar em Arte? O que é importante saber em Arte?


Para debater sobre estas questões, o Instituto Arte na
Escola entrevistou a professora Suzana Ortiz acerca
de seu trabalho de mestrado "Teorizações dos
Docentes sobre a Avaliação em Artes Plásticas" e
convidou a professora Elizabeth Aguiar, mestre em
Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, doutora em Artes pela Universidade de São Paulo
e professora Titular da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, para comentar os resultados de sua
pesquisa.
Mestre em Psicologia Educacional da Universidade de
Buenos Aires e professora de Artes Visuais do Colégio
de Aplicação da UFRJ, Suzana publicou sua pesquisa
no final de 2004, que teve como objetivo central
compreender o pensamento do docente de Artes na
avaliação dos alunos da 5ª série do Ensino
Fundamental.


IAE - Quais são os principais conceitos, observados em
sua pesquisa de mestrado, que os professores têm sobre
avaliação em Arte? Como o professor pode trabalhar para
melhorar a percepção do aprendizado do aluno?


S: O conceito de avaliação utilizado pelos professores
tem uma amplitude variável de significados possíveis
e os termos mais utilizados pelos docentes para definir
“avaliar” são: valorizar, compreender, estimular
para crescer. A maioria deles indica como critérios
principais de avaliação nas Artes Plásticas os aspectos
que dependem da própria atuação do aluno. De
acordo com as declarações mais citadas, os professores
indicam como aprende o aluno em Artes Plásticas:
“depende da experiência do aluno” (50%), “não explica
bem como aprende o aluno em Artes Plásticas”
(60%) e “não sabe bem” (10%). A maioria ainda
pensa que a mente do aluno permanece uma caixa
negra, ou seja, o que se passa não é direta e totalmente
observável. Para uma melhoria da percepção
do aprendizado do aluno, o conhecimento das etapas
do desenvolvimento artístico de cada aluno pelo professor
pode não somente facilitar esse processo criativo
do aluno, como também melhorar a compreensão
do processo ao professor. Assim, este professor deverá
usar critérios de avaliação que tenham a ver com o
desenvolvimento de cada aluno, com o processo evolutivo
da linguagem artística de cada um e deve estar
em sintonia com o seu planejamento. Deve-se levar
em conta no processo de avaliação aspectos cognitivos,
afetivos, que envolvam relações sociais, de cooperação,
de participação, de poder de argumentação,
crítica e criação.


B: A pesquisa de Suzana destaca aspectos que, empiricamente,
se pode constatar, como a falta de fundamentação
para a realização da avaliação em geral,
aspecto que se ressalta em Arte. Tal fato evidencia-se
desde o uso de termos ambíguos e até mesmo equivocados
para definir avaliação em Arte. O que significa
efetivamente avaliar? Para que serve a avaliação?
O que fazer com a avaliação? É o mero cumprimento
de uma exigência burocrática? É um instrumento classificatório?
Vale apenas para os alunos? Ou possui
uma função de reorientação da própria prática docente?
Estas são perguntas freqüentemente não respondidas,
ou sequer formuladas, na prática!
Destaco a fala de Suzana apontando que a avaliação
em Arte deve estar em sintonia com o planejamento
do professor. Isto significa que, para avaliar, o professor
precisa saber o que quer que seu aluno aprenda,
o que efetivamente planejou ensinar. A aproximação
dos professores da teoria pedagógica seria, efetivamente,
um caminho para melhorar a percepção do
aprendizado do aluno, qualificando o ensino da Arte
nas escolas ao re-pensar, re-conhecer e re-elaborar o
próprio trabalho docente.


IAE - Na pesquisa, quando perguntados "Como
aprende o aluno em Artes Plásticas?", alguns professores
responderam: “Nem mau aluno nem bom
aluno, não é isso. É uma questão de criatividade, não
sei explicar bem porque um aluno faz algo melhor
que outro, penso que é uma questão da mente de
cada um”. Como a senhora analisa esta questão?


S: A maioria dos professores indica como critérios de
êxito em Artes Plásticas: o aluno participativo, interessado
(60%) e se o trabalho do aluno está dentro da
proposta e vai mais além do que o professor pediu
(50%). A maioria dos professores indica que NÃO existe
o fracasso (70%) e a minoria que SIM (30%). Os critérios
mais citados são: que o aluno faça o trabalho por
fazer, que o aluno não faça nada e não produza e que
seu fracasso seja o fracasso do professor. Apesar destes
dados acima, surgem outros onde a maioria dos
professores (80%) diz que SIM, existe o mau aluno e a
minoria (20%) que NÃO existe o mau aluno. Os professores
consideram como mau aluno: o aluno preguiçoso
e que não quer nada (40%); como bom aluno: o que
trabalha (40%), quem sempre tenta, não desanima, tem
boa vontade e é interessado (30%). Ser capaz em Artes
Plásticas significa dentre os critérios mais citados: o
aluno que percebe mais, que se expressa no trabalho,
que tem habilidades, que executa as tarefas e o aluno
que tem novas formas de criar/criatividade (20%). Desta
forma pretende-se chamar a atenção do professor para
o fato de que os estudantes podem funcionar criativamente
de modos diferentes e que o professor deve
reconhecer “diferentes criatividades” quando estas aparecem
e fazer suas considerações avaliativas deste processo.


B: As respostas dadas pelos professores nesta pesquisa
indicam a fragilidade da sua formação pedagógica.
Como afirma a própria Suzana no trabalho em questão,
e acredito que este seja o caso nas respostas dadas,
constata-se que a existência da teoria nem sempre é
percebida pelos professores e adquire muitas vezes
uma presença silenciosa. Esta ausência ilustra bem
tanto a afirmação de Richard Cary, no primeiro capítulo
de seu livro Critical Art Pedagogy- Foundations for postmodern
Art Education (1998), ao dizer que os arte-educadores
são avessos à teoria e este distanciamento
contribui para o afastamento destes professores dos
postos importantes nas escolas e nos sistemas de ensino,
quanto a de Paulo Freire na sua conhecida fala de
que toda a prática pedagógica está assentada num fundamento
teórico, num conjunto de concepções, ainda
que o professor possa desconhecer quais são estas
concepções! A convicção de que o aprendizado em Arte
também ocorre pela interação do sujeito aprendente
com o objeto de conhecimento não é nova nem pouco
difundida. O objeto, neste caso, é um fenômeno pertencente
ao mundo da Arte: uma linguagem artística,
um processo de criação, de apreciação e compreensão
de produções próprias e de outros sujeitos em diferentes
tempos e culturas.


IAE - A pesquisa indica que a maior parte dos professores
de Arte compara o trabalho do aluno com critérios
estéticos, sendo que a maioria não o compara com critérios
estéticos de “boa ou má arte”. O que é boa e má
Arte?


S: Os resultados trazem evidências de que a maioria
dos professores de Artes Plásticas (60%) SIM, compara
o trabalho do aluno com critérios estéticos e que a
minoria (40%) NÃO compara o trabalho com critérios
estéticos, sendo que a maioria (80%) NÃO o compara
com critérios estéticos de “boa ou má arte”.
Considerando-se que a experiência educativa em Arte
tem uma carga altamente subjetiva, deve-se buscar
maior compreensão sobre estas questões através de
certos marcos teóricos importantes, tais como Duarte Jr
(1995), que esclarece que no processo de avaliação não
deva haver uma comparação dos trabalhos dos alunos
com supostos parâmetros estéticos, no sentido de
“boa” ou “má” Arte. Para a criança a Arte não tem um
valor estético. Seu trabalho busca a comunicação (consigo
mesma) e a organização de seu mundo. Porém não
significa afirmar que os padrões estéticos dos adultos
(“a beleza é algo que se modifica através da cultura”)
não tenham sentido para as crianças, não quer dizer
que seja irrelevante auxiliá-las a desenvolver uma “consciência
estética”, que significa uma capacidade de eleição
e de crítica para selecionar e recrear valores e sentidos,
segundo situação existencial do aluno.


B: Parece que o critério estético que 60% dos professores
afirma utilizar para comparar o trabalho dos alunos
é aquele que eles próprios possuem, possivelmente
constituídos pelo senso-comum, portanto sem reflexão
ou fundamento, além da sua própria experiência! Afirma
Brent Wilson em seu paradigmático texto “Mudando
conceitos da criação artística: 500 anos de arte-educação
para crianças”, que “embora a arte-educação seja
apenas uma pequena parte do mundo da Arte e, aos
olhos de muitos, uma parte insignificante, ela é, apesar
disso, formada e modelada pelo mundo da Arte e reflete
as suas crenças”. Portanto, o fato de 80% dos professores
questionados NÃO comparar o trabalho de seus alunos
com critérios estéticos de “boa ou má arte” fortalece
a constatação de que depois da ruptura com os
cânones, o modelo, as prescrições, tornou-se efetivamente
complexo estabelecer o que é boa ou má Arte e,
até mesmo, o que é Arte! Considerar boa ou má Arte
depende da concepção de Arte que temos e que, na
situação escolar, nem sempre, ou raras vezes, coincide
com a do nosso aluno. Estamos absolutamente afetos
ao Sistema das Artes, ao funcionamento do mercado da
Arte. Assim, ela é boa, quando “funciona” como arte,
acionando a sensibilidade e a evocação no sujeito apreciador.
Para os nossos alunos “funcionam como Arte”
diferentes produções, linguagens, suportes e diferentes
instituições do mundo da Arte. Portanto o reconhecimento
da pluralidade de critérios estéticos é uma condição
para a avaliar e para ser um bom professor de Arte!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Velhos crayons, novos desenhos !




Achei esta idéia tão legal que quis postar. O Danny Seo do Daily Danny, está sempre à procura de invenções "eco-legais" e fez esta experiência.


Ele pegou um monte de lápis crayon usados e quebrados, tirou o "rótulo", colocou em uma velha fôrma de pão e levou ao forno por 10 minutos.


Eles viraram a massa derretida da foto 1.
Depois de esperar que ela esfriasse um pouco, mas ainda quente, ele cortou com forminhas metálicas, neste caso em formato de borboletas (foto 2).
O resultado são belos crayons de cores misturadas, que tanto podem ser usados para a criançada desenhar, quanto para enfeitar. A típica coisa legal para se testar em casa.
Agora, mãos à obra !